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Descobrimos que os indivíduos vivem criativamente e sentem que a vida merece ser vivida ou, então, que não podem viver criativamente e têm dúvidas sobre o valor do viver (Winnicott).



terça-feira, 31 de março de 2009

Como podemos desenvolver resiliência?

Caros, para não voltar à tarja-preta tenho pensado muito no conceito de resiliência... que pode nos ajudar a encontrar um caminho de atuação junto às crianças do abrigo.
O conceito vem da física, é a propriedade que alguns materiais têm de voltar ao normal depois de submetidos à máxima tensão, como um tapete fofo que pisoteado... volta a ser fofo. Como o João-Bobo! Como o bambu... Nós humanos também temos essa capacidade de lidar com as adversidades... sem que elas nos engulam!
Mais do que um conceito teórico estéril, estamos diante de uma ferramenta prática que pode conduzir nosso trabalho com as crianças e adolescentes.

Cenise Vicente é autora de um Guia de promoção de resiliência para pessoas que trabalham com crianças e adolescentes cujas vidas são marcadas por adversidades. Nosso caso, não? Colei algumas dicas...
Primeiro ninguém é resiliente sozinho... pessoas resilientes contam sempre com outras pessoas, estabelecem vínculos. Essas experiências de apego permitem o desenvolvimento da resiliência e da auto-estima. Nós podemos ser para as crianças e adolescentes, essas pessoas, pontos de referencia?

A resiliência só é possível quando existe um sentido para a vida e esperança no futuro. Um dos fatores de destruição do trabalho de um educador social é a descrença que nasce do modelo do dano. Um modelo no qual predomina a observação dos problemas, mas que não insere na análise qualquer perspectiva ou alternativas de resolução.
As atividades lúdicas, as oficinas de culinária e outras tantas que inventaremos, como a Elisa já registrou, permitem que o potencial de criação das crianças se expresse e que elas percebam sentido e valor no que fazem hoje e no que poderão fazer amanhã.Muitos adolescentes têm uma auto-imagem negativa. Precisamos ajudar a desconstruir essa imagem. Quem sabe se os meninos vissem a si próprios com o nosso olhar? E qual é o nosso olhar sobre eles?Os cuidados com o corpo e com o espaço onde se vive são importantes na auto-estima. A percepção estética deve ser estimulada. Gosto depende de contexto... o que interessa é despertar as crianças para que elas busquem o belo, ainda que nos pareça feio.
Quando os meninos são agressivos ou inadequados, o que fazer? Atos e gestos anti-sociais podem expressar um pedido de socorro ou um fragmento importante da vida da criança. É uma forma de falar sobre si. A questão pode não ser meramente disciplinar, precisamos conhecer a história de vida da criança para entender o comportamento.
Momentos de conversas coletivas, de cantoria, de leitura em grupo, de brincadeiras, comemorações são momentos de restauração, de trégua. São as pequenas alegrias.
Bom humor indica flexibilidade, plasticidade mental. Revela a capacidade de fazer de conta, de olhar as coisas com certa distância, com crítica. Aprende-se a relativizar. Nem tudo está perdido!
Os vínculos são muito importantes para a vida. O afeto é tão importante quanto às vitaminas. Trata-se do direito à ternura. Para as crianças e para nós...
Até

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